Adentro o espaço de pilares brancos
Que tu já não foges de tamancos
Encontra-me nos labirintos perdidos
E dá-me uma sova em frente a leões famintos
Costura os retalhos amontoados
Clama por um som mais adequado
Rasteja veemente rumo à presa
Que sente a presença da alma presa
Fulanos e ciclanos participam da festa
À luz daqueles que veem pela fresta
Enfiam seus talos em orifícios imundos
Rasgam a voz do indivíduo moribundo
Animal inverso, eis o que sou
Ou o que me tornei diante de mim
Animal inverso, controle-se
É o que pedem os equilibristas
Surjo pálido e sem ânimo
De um clarão de vivência proibida
Sofro as ganas de uma liberdade contida
Canto canções de teor profano
Músicas condenadas de sopro vazio
Acalentadas por mouras no cio
Animal inverso, pare de uivar.
Animal inverso, nunca vai se calar?