O poeta não mente
nem finge
O poeta se dilacera em frente às palavras
E elas são suas testemunhas.
Ele se rasga, se mutila, e se recria.
Deixa de pronunciar para dizer nas entrelinhas
o que nem ele sabe dizer.
A língua ri da cara do poeta
E diz que ele nunca chegará a lugar nenhum
Mas antes disso ele já havia se movimentado
E é ele quem ri por último.
A língua se sente usada, traída.
Por não representar nada daquilo que o poeta sentia.
Era isso mesmo que ele queria
A oportunidade de fingir um pouco.
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