Tremelidos de um amor chamuscante
Coram a face de um rubor flamejante
Inveja no olhar de um exímio viajante
Que parte no raiar da aurora faiscante
Seus óculos escondendo os olhos
As lágrimas presas nos leves cílios
Minhas demandas, obrigado, recolho
Navego em águas tomadas por abrolhos
Cabeça baixa, pensamento torto
Caminho por entre nuvens de desconforto
Importo-me somente em mim, absorto
Até quando ainda não estiver morto
Desfaço os nós de uma corda grossa
Porque contra a liberdade não há quem possa
E até que a paixão seja inteira nossa
Continuarei assim, na fossa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário