quarta-feira, 10 de abril de 2013

Ode

E já não tenho sombras e nem sondas pelo corpo.
Corro, mentalmente por aí
Sem sair do lugar
Já não sinto as ondas
E nem as pombas retornaram a voar
O passado ficou por lá
Em algum canto de um pomar
Fugiu por entre os dedos
E os olhos cheios de medos
Tentando o seu nome lembrar
O Adão de Michelângelo
tentando a mão de Deus tocar
Não sabia que andaria por aí
Sonâmbulo, perambulando sozinho
Sem o divino cocar.
Deus merece o amor de Adão?
Deus não sabe receber o amor de um varão?
Mas amor eu sei dar.
E estou pronto pra esperar.
Já esperei tanto, que o pranto há de se acostumar.
Mas até quando meu amor?
Até onde vai a onda de esperança?
Até quando a nossa ode irei cantar?
Num mundo cheio de matança e intolerância,
Doenças e crenças
Ao meu lado terá a bonança?
A vida - que bela - dá um doce,
e depois um chute na canela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário