quinta-feira, 31 de maio de 2012

Cheia

E a chuva não para
Ela cai como minhas lágrimas não puderam cair
Causa a cheia
A tormenta atormenta
Caminhos tomados não podem ser desfeitos.
Carinhos.
Estou aqui, do outro lado
Você pode me ouvir?
Estique o braço, estenda a mão, me alcance.
Não solte, por favor.
Hoje não chove.
Mas gotas salgadas borbulham.
Sua mãe, minha mãe.
Braços, peitos e pernas.
Por que a voz sai tão rouca?
Sinto uma coisa aqui.
Estremeço, esqueço
Que todas as lembranças já me torturaram.
Vagueio por aí, tentando chegar em casa
Outra película me espera.
Nada é tão fácil como um filme americano

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Labirintos partidos

Descambado para o lado
Como folhas secas num arado
Sozinho no meu conjugado, no meio do cerrado
Reflito e sofro calado

Do tanto que eu disse
Não quero mais dizer
Perguntas e estruturas matemáticas
Se espalham em minha cabeça

Comprometo a sensibilidade
Em busca da fidelidade
Mas qual é a recompensa?
Capitalista de merda
Você ou o outro?

Prazer tremendo retaliado
Bem estar social aclamado
Vivida a vida sem formato
Compilo as experiências do anonimato
Oh fado! Sentir tamanho contato.