terça-feira, 26 de novembro de 2013

Lânguidas mártiras

Lânguido harpejo
Límpido lampejo
Ávido festejo
O que sobra afinal?
A brisa descompassante de um vendaval?
Roupas secas no varal?
A tristeza temerante de um temporal?
O ritmo desenfreado de um relógio a parar?
O charme constante do espaço a voar?
O conhecimento incessante a dissipar(-se)?
Que bem faço a mim..
Que bem faço aos outros..
Que bem?
Mártires e mártiras do campo.
Se estão ouvindo
Lancem luzes sorrindo..
Qualquer socorro é bem vindo.
Que bem farei a mim..
E bem farei aos outros..
Muito bem.


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

you r

you are
a kind of twin soul
you are
my partner on earth
you are
my dreams and my hope
you are
my little brother
you are
smart and clever
you are
my flying Iagle
you are
my heaven in sky
you are
the love of my life

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Sangue

Vou dizer tudo ao contrário
Que é pra ver se funciona
Já que o que eu quero
não acontece
Tire sua vida de meu caminho
Vê se me esquece
Ignora-me
Pra ver se eu te esqueço

Lança mão de artifícios
Para tapar o coração com orifícios
Sangue jorra pelo furo
Do coração mais imundo
Sangue jorra pelas veias
Das artérias cheias de teias
Sangue escorre pela boca
que já não fala palavras bobas
com a voz rouca.
L'amour?
Ça n'existe pas.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Je ne peux pas aimer

J'aime mais je ne peux pas aimer
J'aime mais je ne peux pas aimer
J'aime mais je ne peux pas aimer
Amo obtusamente, vulgarmente, vigorosamente
J'aime mais je ne peux pas aimer
Amo tanto que penso que nem amo
Amor gigante
Tão alto quanto estranho
Tão velho quanto o pranto
Tão confuso quanto esperanto
J'aime mais je ne peux pas aimer
Amo tanto que nem cabe
Transborda
Transforma
Transcende
J'aime mais je ne peux pas aimer
Amo tanto que nem sei
por quanto tempo andei
a sentir que sonhava
por marés tão bravas
mandando tudo às favas
Je t'aime mais je ne peux pas t'aimer
Não sei por quanto tempo estive esperando
mas acabou
a espera e a esperança.
Te amo, mais je ne peux pas t'aimer.


terça-feira, 11 de junho de 2013

Engrenagens misteriosas

A consciência está plena em mim
E cada instante parece o fim
Andando por um espaço estreito
Tremendos goles de ar rarefeito
A consciência parece não ter fim
E cada instante está em mim
As opções nas ruas dos caminhos
Não há placa que aponte para o ninho
Calma serena
Alma nada pequena
Atmosfera amena
Engrenagens em ação
Seguindo a intuição
E nem tanto a razão.
Mas que razão?
Amor grande.
Não te proclamarei aqui.
Pois cada instante parece o fim.
Não cederei à explosão do meu coração.
Só à minha intuição.
Será isso minha razão?
"Faça algo, ou não farei nada."
Diz minha alma quase penada.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Não mais

E vai chegando a hora
De deixar tudo aquilo pra trás
A hora de não te ver mais
De não olhar pr' aquele cartaz
De não ter sua lembrança lilás
De não aceitar um comentário mordaz
De parar de achar que vc me satisfaz
Está chegando a hora
A hora de mostrar do que sou capaz
De ver tudo que o tempo devora voraz
De andar os passos que ficaram pra trás
De esquecer as ondas que o mar já não traz
De viver o agora porque o ontem já não faz
De ouvir outras vozes pois tu nada dirás
Agora é a hora
De não te buscar com todo esse gás
Pq por um instante eu preciso de paz
E triunfante serei um novo rapaz
Pois na manga eu terei um outro ás
E tu me acharás audaz
Nessa terra dos tupinambás
Num novo inebriante amor fugaz

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Labaredas no olhar

Tremelidos de um amor chamuscante
Coram a face de um rubor flamejante
Inveja no olhar de um exímio viajante
Que parte no raiar da aurora faiscante

Seus óculos escondendo os olhos
As lágrimas presas nos leves cílios
Minhas demandas, obrigado, recolho
Navego em águas tomadas por abrolhos

Cabeça baixa, pensamento torto
Caminho por entre nuvens de desconforto
Importo-me somente em mim, absorto
Até quando ainda não estiver morto

Desfaço os nós de uma corda grossa
Porque contra a liberdade não há quem possa
E até que a paixão seja inteira nossa
Continuarei assim, na fossa.



quarta-feira, 17 de abril de 2013

Dificulidades

Difícil é te ver e não falar com vc
Quando o âmago de minh'alma jaz em tuas mãos
Troteia e galopa num rompante
Em direção aos vales dos teus cunhões.
A carne fresca é devorada por cães.
Os lábios, vermelho cintilante
Famintos por mais uma centena de verões
Te levo para uma ilha deserta
Cercada de paradisíacas prisões
Esqueça os amigos, os estudos, o russo
Não aprenda nada que não seja sobre o nosso amor
Elimine a golpes de machado o passado
E entregue-se a essa paixão com ardor
Entregue-se totalmente, veementemente e até racionalmente
Entenda que posso ser seu salvador
A carne fresca espera por um mentor
Que a faça sair dos eixos,
Que a faça ganhar nova cor
As fantasias com vc eu deixo
E nunca achará um jeito
De me abandonar com rancor, ao relento
Não me deixará nem por uma flor.
No ar dos espíritos eu mexo,
Conjuro a mágica romântica
(Mais complexa que física quântica)
E encontro vc e sua mente
Entrelaçados numa estranha semântica
Acorde para nova vida
Cicatrize a ferida
Que o tempo traz um outro presente
Eu, embrulhado em papel marchê, pra vc, meu bebê.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Ode

E já não tenho sombras e nem sondas pelo corpo.
Corro, mentalmente por aí
Sem sair do lugar
Já não sinto as ondas
E nem as pombas retornaram a voar
O passado ficou por lá
Em algum canto de um pomar
Fugiu por entre os dedos
E os olhos cheios de medos
Tentando o seu nome lembrar
O Adão de Michelângelo
tentando a mão de Deus tocar
Não sabia que andaria por aí
Sonâmbulo, perambulando sozinho
Sem o divino cocar.
Deus merece o amor de Adão?
Deus não sabe receber o amor de um varão?
Mas amor eu sei dar.
E estou pronto pra esperar.
Já esperei tanto, que o pranto há de se acostumar.
Mas até quando meu amor?
Até onde vai a onda de esperança?
Até quando a nossa ode irei cantar?
Num mundo cheio de matança e intolerância,
Doenças e crenças
Ao meu lado terá a bonança?
A vida - que bela - dá um doce,
e depois um chute na canela.

domingo, 31 de março de 2013

Tijucopapo

A felicidade me bombardeia
A tristeza me chacoalha
Na corda bamba das emoções
Enquanto o tempo entalha
Esta história que permeia
Os corações dos incautos
Que a vida teimou em juntar
Correm os cavalos apressados
Com a impaciência de quem perdeu o mundo
E com a ansiedade de quem vai morrer
Recostam, deitados imundos
Cansados de tanto querer
Mágica dos cantos rechaçados
Paira no futuro porvir
Ressoa plena e voa
A pena do viver, a rosa do mártir

Que minha palavras e minha energia cheguem até você
Que as margens do seu ser estabeleçam exércitos para as batalhas
Que eu não atrapalhe
Que eu faça parte do seu futuro
Que eu seja parte da artilharia
Fica bom meu bom moço
Que a vida está um alvoroço
E porque sem você
Nada de muito bom eu faria

quarta-feira, 20 de março de 2013

O uvo passa

Ontem me peguei na fila do passado
Presentes davam no guichê
Perceber que o futuro não pertence a você
A cabeça costurada no crochê
Não dá esmolas para velhos babões
Convenço o mundo de que não perdi nada
Mas a verdade é que poderia ter tido tudo
E nada

Meu coração nunca saberá
Se a sua estrada eu iria atravessar
Naquela época
Você me fez chorar.

A hibernação do leão

Quando não tenho mais sonho,
Vc aparece,
Envolto em sua aura translúcida.
Pensamento medonho,
Que não me apetece,
É não ver sua mente lúcida.
Tomado pelos remédios
Castigado pelo tédio
De estar preso ao próprio corpo.
Marrom, azul, dourado, roxo
São as cores de sua alma
As que vejo pelos meus olhos inchados
Que percorrem a solidão
E marejam, indomados
Buscando-o, cansados
Nas memórias da paixão.
Tarefa árdua
É preciso calma
Para não reter a mágoa
Aloje-se, meu amor, no meu coração
Te entregues ao espírito da redenção
Ponha toda a dor para fora
E liberte-se dessa condição
O sol chama, não demora.
Faça-o parar de hibernar, o leão.
Estou também a esperar,
Nesse escuro porão.