Flores da pele

Eu achava que era sangue
O que jorrava
Mas era gozo farto
Sexo.
É o que falta.
Mas não só isso.
Falta amor.
Estou à flor da pele.
E qualquer beijo de novela me faz chorar.
Me faz mendigo, me faz implorar
Você sabe.
Sorte que você nunca lerá estes versos.
Porque dizer, talvez nunca direi.
Aquilo de se deixar invisível, não dito
Percebe como estou livre?
As lágrimas estampam o papel
Virtual
Droga de consciência, sempre estragando tudo
E de novo sabotagem, para um efeito
Até quando essa humilhação?
Sério.
Me faz mendiga, me faz implorar.
E uma aflição medonha me faz delirar.
Mas é bom.
Achei que não pudesse sentir tudo isso.
Call me by my name, your name, whatever you want
Estou apaixonado por você Ellio, e você sou eu.
E é por isso que está apaixonado por outros.
Plural.
Pêssegos e damascos.
Só temos essa vez.
Eu sempre falo, fui chamado de insistente.
Águias, águias, eagles, a guiar.
Mais três anos. Ou não.

I have to pray
Every single day
For you to stay
I have to pray
For you to say
Those words away
I beg you to stay
You listen? No way
I beg you to answer
Those questions today
And not tomorrow, baby
I have to pray
For you to answer me
I pray, so gay
For you to answer me
You take hours, days
There's no handmaid
There's no sad tale
Just wait

Impaciência

Quando viajas moribundo pelas estrelas
E comigo mesmo e com um anjo me deixas
Para com os amigos beber boa cerveja
Forte e fanático, meu coração receia

Abraço pra vc também, te vejo mês que vem
Conversas vazias, monossilábicas, meu bem
A internet já teve dias melhores, cariño
É tão difícil convencer você a beber um vinho

Você viaja pra fora, eu viajo para dentro
A música mudou e agora não sei o que faço
Talvez trocar essa minha cara de palhaço
Talvez só deixar tudo pra outro momento

Words get me impatient. Your small words. Yes they do. Be aware of that. Otherwise you can lose me. Don't wanna lose you. Don't wanna lose. I got addicted, in every form. I got anxious, in every way.  Like every day. Todo dia cai um pouco a sua vida, e a minha também.  Ilusões reduzidas a pó. Esperança não. É feito estar doente de uma folia. Uma aguardente que não sacia. Desacata a gente, revelia. I wanna dream my dreams with you. You two.

Você

Ah que belo par de montanhas
Revoltos em uma leve mata
que angustia e destrata
Mas não tema, filho meu
Se for da sua vontade, te adotarei
Para que nos confins do universo possa esconder
toda mágoa que te faz estremecer
Meu filho das sombras
Guarda-te, pois esse amor sairá ileso
E com todos os nós a desatar, eu penso
que não é miragem imaginar todo o peso
que tal sentimento nobre pode ter
Pode crer, filho
Não farei ajoelhar-te no milho
Não contarei a ninguém do seu passado
Pois rico é aquele que tem juventude
mesmo velho, filho
Deixa eu te amar, pois no mundo nada mais importa
Nem mesmo aquela torta
de maçã
Não deixe a filosofia vã
Quero abraços na cama,
também quero colo, filho
Nada faz sentido às vezes
Mas temos que fazer sentido, filho
Você também é lindo, filho, não deixe que te digam ao contrário.
Só por hoje, não subirei na torre mais alta para ameaçar
tirar minha própria vida, por não ter pelo o que lutar.
Não dificulte minha existência, filho
pois com você também quero estar, e cuidar, e beijar.
Quando o discípulo se torna mais poderoso que o mestre,
Não há mais o que fazer, dizem.
Vou ficar aqui, filho, pensando sempre em você.
Você.

Ei!

Eu disse: Ei!
Como vai meu plebeu
Que se diz dono seu
Que tem fama de ateu
Mas não desce pro play
Ei gatão! Que tal meu quintal?
Quer colocar umas roupas no varal?
Meu bem, meu mal.
Seja meu bem, meu varão.
Não se finja de durão.

Morrissey ataca novamente

Eu disse Morrissey, não Morissette
Dessa vez não foram só os Smiths
The killers também estavam lá
Para deslizar sobre as peles montanhosas
Gatinhas dengosas, me ensinam a voar
Abaixo do capiroto, há um funil largo e grosso
Ventanas do desejo, desejo mesmo de mudar
A via expressa trás morte, mas também sorte
Dor no caroço do peito, repetem os erros do leito
Amor assim tão forte, não há de mudar com a morte
Amo como um leitão, como um bezerrão
As nádegas da sorte hão de emitir um parecer
favorável ao meu bem querer.
Sobre esses dias, estão lamentáveis
de uma fúria doentia, do ócio corrosivo
de noites de alvoroço.
Cadê meu almoço, moço?
Abrilhantar não custa nada,
só um saco de farinha do mesmo saco.

Cantoria resvalada

Oooôô

Cantoria na janela resvala
Num monte de aurora desboreada
Centauros percorrem a neblina
Com tantos tubinhos de morfina
Escanteia a melanina e faz serotonina
Sempre me guarde, me liberte e me ilumine.
Amém.