sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Prisão

Quero me encontrar
Porque aqui não estou
Envolto de quadrúpedes cinzas
A me irritar
Ranzinza devo estar
Para você, não há lugar
Vida entrementes
Chute, consentimento
Deixe-me livre para voar
Deixe-me ir preciso andar
Rir, chorar
Menos estar aqui.
Aqui não.
Tire-me daqui.
Não faça a rainha de copas voltar atrás
Em sua humilde decisão fulgás
Não faça a rainha desacretidar
No cinco ou no oito que alguém tirar
Fadas, magnólias
Verdes auroras
Chuva magnânima
Em casa, água nos vidros
Gatos escaldados tem medo de vidros frios
A vida se regozija
A vida não é para se desperdiçar
Rainha, ó minha rainha
Não ganharás presente de natal.
Pois não fez mais que sua obrigação
Canalha de dois dentes
Cansei de sua exploração
Tchau, agora.
Tchau, pra sempre.
Mas ainda tenho alguns dias de cachorro..

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Maria

Aos gostos de minha sanha
Sinto as dores em minhas entranhas
Maria alvejava os filhos
E chorava o leite derramado
A dor transcendental partiu
Como uma flecha servil
Rápida, acertou o pueril
Doces e bolos são levados pela floresta
Quanto ardil estampado em sua testa
Deixe as mágoas e os balões brancos de lado
Pois não é possível viver no passado.
Acorde, menina. Eu sei como é estar aí.
Presa, nessa amarga desilusão.
Desesperançosa e demente.
Querendo dar sentido, ao que não tem sentido.
Não tem juízo.
Mas toca o coração da gente.
Entrementes
Entrevista com os vampiros.