domingo, 31 de março de 2013

Tijucopapo

A felicidade me bombardeia
A tristeza me chacoalha
Na corda bamba das emoções
Enquanto o tempo entalha
Esta história que permeia
Os corações dos incautos
Que a vida teimou em juntar
Correm os cavalos apressados
Com a impaciência de quem perdeu o mundo
E com a ansiedade de quem vai morrer
Recostam, deitados imundos
Cansados de tanto querer
Mágica dos cantos rechaçados
Paira no futuro porvir
Ressoa plena e voa
A pena do viver, a rosa do mártir

Que minha palavras e minha energia cheguem até você
Que as margens do seu ser estabeleçam exércitos para as batalhas
Que eu não atrapalhe
Que eu faça parte do seu futuro
Que eu seja parte da artilharia
Fica bom meu bom moço
Que a vida está um alvoroço
E porque sem você
Nada de muito bom eu faria

quarta-feira, 20 de março de 2013

O uvo passa

Ontem me peguei na fila do passado
Presentes davam no guichê
Perceber que o futuro não pertence a você
A cabeça costurada no crochê
Não dá esmolas para velhos babões
Convenço o mundo de que não perdi nada
Mas a verdade é que poderia ter tido tudo
E nada

Meu coração nunca saberá
Se a sua estrada eu iria atravessar
Naquela época
Você me fez chorar.

A hibernação do leão

Quando não tenho mais sonho,
Vc aparece,
Envolto em sua aura translúcida.
Pensamento medonho,
Que não me apetece,
É não ver sua mente lúcida.
Tomado pelos remédios
Castigado pelo tédio
De estar preso ao próprio corpo.
Marrom, azul, dourado, roxo
São as cores de sua alma
As que vejo pelos meus olhos inchados
Que percorrem a solidão
E marejam, indomados
Buscando-o, cansados
Nas memórias da paixão.
Tarefa árdua
É preciso calma
Para não reter a mágoa
Aloje-se, meu amor, no meu coração
Te entregues ao espírito da redenção
Ponha toda a dor para fora
E liberte-se dessa condição
O sol chama, não demora.
Faça-o parar de hibernar, o leão.
Estou também a esperar,
Nesse escuro porão.